terça-feira, 15 de setembro de 2009

Reflexões de um velho ourives sobre a solidão, os versos e os pássaros





Nogueira sentiu um vazio

Tomou-se por triste

Naquele dia frio

Absorto, abriu um livro nunca lido

Observou suas páginas preenchidas

Que o poeta, outrora

Viveu a sina do escritor

Escrevia porque era só

E preenchia seu estado ermo

Com caneta e esplendor



Tia Augusta dizia-me na cidade

“Feliz é quem mora no campo”

Não se ensoberbece

Vive-se mais, com sanidade

Esperteza e destreza

Desenvolvem-se habilidades

Aprende-se a ler as estações

Sabidos são o vento e a chuva

Com seus raios e trovões

Como árvores que entregam frutos

Na época esperada

Nunca falham, são precisas

Generosas por natureza

Cedem galhos com carinho

Aos pássaros, vários deles

Seus ovos, suas cores

E seus ninhos

Flores, frutos e pinhos



As flores dão-nos perfumes

Sem pedirmos-lhes nada

Alusão da vida

Mistérios do Criador

Assim como a dor

Que nos vem de graça

Oscilante, inebriante

Borboletas em revoada

Passam como astros no universo

Em pensamento, olho tudo

Pelo tempo, me disperso

Nasci rude, obtuso, mas correto



Aves não deixam rastro

Na minha idade já não corro

Atrás do ouro, diamantes

Pedras preciosas, roupas caras

Carros e mulheres degradantes

Ociosas são minhas mãos

No momento, oscilação

Nem tento mais

Pois, tremo demais

Já cumpri minha missão

Siga os passos que deixei

Pense nas coisas que procurei

E, não querendo achar

Me encontrei

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Teoria da conspiração: o ataque de 11/09 foi planejado pelo governo dos EUA?







Hoje, o mundo ocidental está de luto.

Há oito anos, o WTC em New York sofria ataques de terroristas islâmicos.

A partir de então, muitas teorias conspiratórias relativas a esses ataques em 11 de setembro de 2001 foram criadas.

Algumas delas afirmam que o próprio presidente George W. Bush sabia de antemão sobre os atentados e propositalmente permitiu que ocorressem, pois iriam gerar um maior apoio público para militarização e outras políticas externas e internas pela qual ele próprio seria beneficiado.
Essa teoria envolve o ex Secretário da Defesa Donald Rumsfeld, o vice-presidente Dick Cheney e várias outras figuras do governo Bush.


Um relatório produzido em 1990 afirma que "alguns eventos catastróficos, como um novo Pearl Harbor" seriam necessários para converter a opinião pública em favor do presidente.

As investigações de orgãos governamentais norte americanos e britânicos, amparados por uma mega-operação do FBI, a maior da história com mais de 7.000 agentes envolvidos, concluiram que Al-Qaeda e Osama bin Laden tinham responsabilidade dos atentados.

  • O apoio militar a Israel seria causa relevante para a motivação dos ataques.
  • A ocupação militar da península arábica também é fato relevante apontado nas investigações.
  • Agressão contra o povo do Iraque. Os EUA, outrora aliados dos iraquianos na guerra contra o Irã na década de 80, agora são vistos como seus “grandes inimigos”.

As perdas humanas no fatídico 11/09/01 foram elevadas: 265 nos aviões; pelo menos 2752 pessoas, incluindo 242 bombeiros, no World Trade Center e 125 no Pentágono. No total, 3234 pessoas faleceram naquela manhã.

Os adeptos dessa “teoria da conspiração” usam o fato da área de impacto feita no Pentágono ser relativamente pequena e por supostamente não constar no seu perímetro a existência das asas do avião. Fato facilmente desmentido quando analisada as centenas de imagens do local do choque, onde constam centenas de fragmentos da aeronave.

Entretanto, algumas testemunhas afirmam que ocorreram duas explosões e não viram o choque de nenhum avião. Enquanto centenas de outras afirmam terem visto o avião mergulhar contra o edifício.

O quarto avião seqüestrado teria sido derrubado propositalmente pelos terroristas que estavam em seu comando, quando deram-se conta de que não resistiriam a uma rebelião organizada pelos passageiros. Essa aeronave caiu em um campo próximo a Shanksville no estado da Pensilvânia.

Para alguns, permanece o questionamento do suposto fato de que não foi encontrado nenhum corpo ou partes deles.

Os conspiradores afirmam que um médico legista, jamais identificado e que esteve no local da queda afirmou:"Apenas observei um monte de metal calcinado como se tivesse sido jogado do ar no local e policiais de um lado para o outro, mas nem um corpo…"


Fontes: Wikipédia, clesio.net e acidezmental.com.br

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Outros eus profundos





I

Já dizia Pessoa:
“O poeta é um fingidor”
Mente e finge tamanha dor
Em palavra, verso desolador



II

Eu tento compor lamentos
Falo de agruras, dores
Sofrimentos
Mas não minto, incremento



III

Quem os ler senti-los-ão
Cada qual se presume, celebração
Inefável e incólume sensação
Pois, os versos aqui compostos



IV

Não confirmo, sabe-se lá
Com quem se identificarão os opostos
Os mitos por mim descritos
São nada e tudo, infinitos...


*Dedicado ao poeta lusitano Fernando Pessoa
(1888-1935, Lisboa)

Poeta errante





No melhor lugar do mundo


Não posso domiciliar; solitário carrego versos, devaneios


A estrada é meu lugar

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Dizem que ele sumiu...




35 anos de carreira, aproximadamente 50 discos lançados e uma intensa agenda de shows. Belchior construiu, ao longo da carreira uma obra que é tema até de estudos acadêmicos:



“Em 287 páginas, eu analiso toda a obra do Belchior”, afirma a professora Josy Teixeira, da Universidade Estadual do Ceará.


E, de repente, amigos, parceiros e a família perguntam:

Onde está Belchior?

“Para a família, ele está sumido desde 2007, há dois anos”, afirma Leonardo Scatolini, advogado da ex-mulher do cantor.

Mas, há tempos atrás, o artista presenteou a cidade de Miguelópolis, no estado de São Paulo, com um show cheio de energia e clássicas canções de seu vasto repertório.

Simpaticamente, após o show, recebeu fãs no camarim e autografou cds.

Hoje: “tem gente que diz que ele está na Holanda, tem gente que diz que ele está em São Paulo”, afirma um fã.






FONTE: G1.globo.noticias.musica

sábado, 22 de agosto de 2009

Fragmentos do poeta







Temos bons livros, fique tranquila


Poetas não escrevem, trabalham duro, fazem arte


Há versos por toda parte...


sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Pediu para pararem o mundo e subiu

Nasceu há dez mil anos

Reclamou, assinou duplicatas, consertou vitrolas, decorou versículos

Tentou várias vezes, fez discípulos



Homenagem a Raul Santos Seixas (Salvador, 28 de junho de 1945 — São Paulo, 21 de agosto de 1989)


quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Crenças de morros e cata-ventos em Minas Gerais









Desde o nascimento, Milton faz


A travessia das estrelas, iniciada do cais

Pela janela: esquinas, Marias, Gerais





*Dedicado a Milton Nascimento...

"E, um dia, quando a gente se encontrar, confessarei que ouvi uma canção tantas vezes que esse poema aconteceu."

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

O mergulho do poeta




E agora, estou ao relento


Fui atrás de uma época que passou


Sou um trovador, lago adentro...

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Pertenço a um sistema decadente: breve relato de um operário sobrevivente

I

Preferência da maioria, mau gosto?

Na hora da largada, ficávamos estáticos, combalidos

Obedecíamos tementes, aos patrões falidos

Pertencíamos a um sistema horroroso

E a inércia do sindicato se destacava

Éramos peças da grande engrenagem

Num andaime, meus dias perdi

Labuta suspensa, como tijolos no muro parecíamos

Dignidade, dependurada pelo arame, balancei...

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Minha Geração 277 X H1N1

I

Do norte vieram meus primos

Início do XXI, aviões vários, ambientes comuns

Hoje, “hemisfério sul”, prolifero amiúde


II

Tempos em tempos, surgem ameaças

Pragas do Egito, Gripe Espanhola, África Ebola

Novamente, viver muito, torna-se glória


*Ao término desse poema, 277 era o número de óbitos em decorrência da doença no Brasil, em São Paulo 111.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Desde o século XX


I

Estou sempre na mesma estrada

Me chame como quiser, vou dormir agora

Lá estão eles, os fracassados



II

Não sou tão sincero assim

Usei as ferramentas que tinha em mãos

E me machuquei com elas



quarta-feira, 5 de agosto de 2009

O presidente e seus marimbondos de fogo




Vida, liberdade, igualdade

Não compro chocolates

Pelo vidro de meu carro

Isonomia no caput, fraternidade

Segurança e propriedade

Só com meu olhar

Afasto-te

Preciso de privacidade



Inviolabilidade

Educação infantil

Em qualquer natureza

Nessa terra de esperteza

Sou turista,

Vim de outra nação

Aqui a vítima sofre

O criminoso não



Estou compelido

A associar-me às suas dores

Tropa de choque

Na praça da República

Combatendo

Professores,

Policiais,

Servidores



Não sou paramilitar, apesar de

Soberania sem forças armadas

Esse é o dilema

Cidadania plena dilacerada

Leio muito sobre o tema

Venho de muito longe,

Aqui não é o meu lugar, vê

Valores do trabalho humano

Fontes alternativas

Linhas de produções expansivas



Três poderes harmônicos

Erradicam a pobreza

Repudiam o terrorismo

Extinguem o racismo, certeza?

Quando o presidente

Insiste em ficar no Senado

Só os marimbondos de fogo

Que ele mesmo descrevera

Podem lhe atacar

São vermelhos, alados

Fazê-lo derrotado

Por si mesmo

Afastá-lo de suas atribuições

Perfurá-lo com seus ferrões










*Maribondos de fogo (poesia), 1978, inclue-se entre as principais obras do autor José Sarney.





terça-feira, 4 de agosto de 2009

O lixo, os porcos e as crianças



Quando a voz do Brasil começa

Executa-se, o Guarani

Plantação de tomates, fazenda

No campo, vivi e morri

Passei minha vida a limpo,

Explico-lhe-a aqui


Nas viagens, cresci

Percorri trilhas, senti dor

Sou bípede com polegar opositor

E dedos, como pinças

Uso calças compridas

Tenho muito pudor


Sou diferente porque tenho encéfalo

Cultivo meus tomates, mas não os como

Entrego-os ao mercado

E recebo dinheiro contado

O dinheiro, todos sabem

Tudo compra, até pecado


Para negociar, me recebem

E, com intento, percebem

Pode-se comprar tomates, açúcar, fermento

Os mesmos que plantara, relembro atento

Cultivara e colhera a tempo

Mas, não explico seu desenvolvimento


Meu estado é plenamente livre

Mas, os porcos,

Devem ser alimentados, são muitos

Pouca ração, há solução?

Para que no comércio

Sejam vendidos, consumidos

Quanto mais arrobas,

Mais excesso de exação

Mas a população contribui

Não usufrui, do seu lixo em podridão


Também aprecio,

Perfumes agradáveis

Mas, aonde guardo meu lixo?

Ele é desagradável, insisto

Levem-no para bem longe

Não posso fugir da minha imundície

Vejo-os chegar,

É como se me agredissem

Não possuem dinheiro e nem sensatez

Entram na fila e aguardam a vez


Todo dia,

São setecentas toneladas jogadas

Nos arredores da metrópole

Para que os marginalizados

Depois dos porcos

Façam suas refeições

E capturem seus reciclados

Contentes

Em troca de centavos

Moeda corrente

Pedaços de brinquedos

Às crianças daqui, presentes

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Me defino, fui pelo destino...



Esse sou eu
Essa, minha versão
Versão dos fatos
Lembranças, filho varão
Lembro-me do rio
Quando criança, transparências
Como é que era, ilusão
Surpreendente, reminiscências
Lentamente
Pelas estações que haviam
Se cobria com aguapés
Eternamente em desalinho
Indo à escola, torrefação
Na paisagem do caminho
Quero sair daqui, ilusão!
Não posso perder tempo
Conflito
Estou leve, facilito
Ah, doutor!
Essa é a história de minha vida
Me entregue à minha garota
Estou nos braços do meu filho
E
Sorrio
Percebo que
Não sou nada
Só um peixe
Grande no rio

segunda-feira, 20 de julho de 2009

A chegada à lua & outras controvérsias









De acordo com a versão oficial, em horário mundial UTC, às 13 horas e 32 minutos de 16 de julho de 1969, os astronautas Neil Armstrong, Edwin 'Buzz' Aldrin e Michael Collins partiram na ponta do foguete Saturno V, de Cabo Canaveral na Flórida, Estados Unidos, tripulando a nave Apollo 11 composta pelo Módulo de Comando Columbia e pelo Módulo Lunar Eagle na presença de centenas de milhares de pessoas que, pelas estradas e campos ao redor do Centro Espacial Kennedy, assistiam ao lançamento do foguete.

Em 20 de julho de 1969, a missão tripulada da Apolo 11 pousa na lua.
Mas, há controvérsias: http://www.afraudedoseculo.com.br/


Analisem, concluam e depois me contem...

domingo, 19 de julho de 2009

O capim



No colégio, o professor se dirige ao aluno e pergunta:
-Quantos rins nós temos?
-Quatro!, responde o aluno.
-Quatro?, replica o professor, arrogante, daqueles que sentem prazer em tripudiar sobre os erros dos alunos.
-Traga um feixe de capim, pois temos um asno na sala; ordena o professor a seu auxiliar.
-E para mim um cafezinho; replicou o aluno ao auxiliar do mestre.
O professor ficou irado e expulsou o aluno da sala.

O aluno era, o humorista Aparício Torelly Aporelly (1895-1971), mais conhecido como o 'Barão de Itararé'.
Ao sair da sala, o aluno ainda teve a audácia de corrigir o furioso mestre:
-O senhor me perguntou quantos rins 'nós temos'.
-'Nós' temos quatro: dois meus e dois seus.
-'Nós' é uma expressão usada para o plural.
-Tenha um bom apetite e delicie-se com o capim que o senhor solicitou.

A vida exige muito mais compreensão do que conhecimento!
Às vezes as pessoas, por terem um pouco mais de discernimento ou acreditarem que o tem, se acham no direito de subestimar os outros.

E haja capim para os que se acham!
*Homenagem ao Barão de Itararé


segunda-feira, 13 de julho de 2009

Dia mundial do Rock






O dia mundial do rock é comemorado universalmente desde 1985.
Naquele ano, o mundo parou para assistir ao festival Live Aid no dia 13 de julho.
Bob Geldof líder do Boomtown Rats (aquele ator que interpreta o astro perturbado no filme: "The Wall" do Pink Floyd), foi o organizador do evento e seu intuito, arrecadar fundos para as vítimas da fome na Etiópia.
Simultaneamente na Inglaterra, no estádio Wembley em Londres e nos EUA no estadio JFK, na Filadelfia.
O resultado: foram 16 horas de shows ininterruptos com os principais nomes da música até então, e U$100.000.000 milhões de dólares direcionados para o continente africano.

*FONTE: A hora da metamorfose

quinta-feira, 9 de julho de 2009

As construções de Chico





O tempo rodou num instante


Quando Chico, reflexivo, confabulava na roda gigante


Lendo casas, monumentos, construções, sentimentos



*"Construção" foi o quinto álbum do compositor Chico Buarque.

Lançado num dos períodos mais críticos do Regime Militar, fez com que o cantor fosse alvo de censura artística.

A essa obra-prima, presto minha homenagem em forma de poema minimalista.

No meio da trilha tinha uma rede (a Drummond)




Ah Drummond, se soubesses, poeta

No meio da trilha, tinha uma rede

Pois então, deitei-me regozijante, deleitei-me, senão...fadigar-me-ia





*Homenagem ao poeta Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)