sábado, 11 de fevereiro de 2012

Soneto da praia doce

"Amigos, óh amigos!
Tenhamos senso de honra...
Foi necessária nossa partida,
Mas, precisamos retornar."





Agora, o sol sobre os rastros finos
Além dele, outras, milhares de estrelas sobre
Os rastros, meu rastro deixado nessa estrada amarela
De cascalho, poeira, um cavalo miserável e o cachorro late...


... Quando a carroça passa, chicote ecoa, som de cascos, galope trôpego
Latidos, cascos, chicotadas, relinchos e o calor do sol, pedaladas
Ardem à tarde; trapos flutuam, suor escorre, sal, marrom e azul
Rumo ao rio, eu, a carroça, cavalo, esforço lento, exato; um buraco


Por ele, saem e observam-nos, uma família de corujas
Continuam a observar quem passa, quem rasteja, quem voa
Depois do córrego, subida; curva a esquerda, a carroça me ultrapassa


Bicicleta e cascalho não combinam; vou indo, depois da quase-reta, curva à esquerda, mata
No rio azul é lá que vou passar toda à tarde de terça-feira
Encontrar os amigos, sentar à beira; falar de alquimias e pintar quadros de flores vermelhas




*A Miguelópolis SP e sua prainha de água doce,
Presente do Rio Grande.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Meus passos estão leves




Será que existe um outro mundo?
Uma outra vida no quarteirão seguinte?
Pelas ruas largas, carrego uma antologia de Quintana
Minha alma atônita vaga e busca...


... Respostas para minhas perguntas insanas
Entrei pela madrugada e agora
Só o brilho fosco dos postes e quem sabe
O espetáculo do Armaggedon para entreter-me


Cantam os grilos, meus passos estão leves
Tão leves que tento escalar o céu
O vento dorme...
... E o último ladrão acabou de apagar a luz



*A Mario Quintana