“Quando as portas da percepção forem abertas
veremos as coisas como elas realmente são: infinitas.”
(W. Blake)
- Direção: Bernt Capra
- Baseado em livro de Fritjof Capra (1982)
- Personagens: Uma cientista, um político (candidato a presidência dos EUA) e um poeta escritor.
Encontro das personagens: Monte São Michel, França (analogia do lugar escolhido com o pensamento do Século XVII).
Idéias, reflexões e proposições marcam os diálogos.
A personagem cientista é representada por uma mulher que passa por uma crise de identidade profissional, visto que suas experiências foram utilizadas para fins não pacíficos.
O político enfrenta conflitos pessoais por não ter sido eleito presidente dos EUA e, decide visitar o amigo poeta para, quem sabe, redescobrir o caminho do sucesso pessoal e profissional.
O poeta é platônico e possui uma visão holística do mundo. Procura em seus pontos de vista ser antagônico ao pensamento do político.
Ao se encontrarem, a cientista e o poeta, ambos ganham força e seus questionamentos junto ao político o fazem despertar para uma nova visão do mundo que herdaram e vivem.
Há possibilidade de ruptura do pensamento cartesiano, nesses diálogos entre as personagens, então, supõe-se que o paradigma dominante está sendo revisto e questionado.
Houve o período de apogeu e glória desta linha de ensino-aprendizagem e atualmente ela é nada mais que uma representação do passado incorporado no presente.
A visão contemporânea aperfeiçoada tende a romper com o pensamento medieval imposto a mais de trezentos anos.
Esse embrião do novo paradigma deve gerar novos meios e novos caminhos para a sociedade contemporânea, unindo conhecimento científico com experiência política e conhecimento empírico (como uma forma de visão platônica do mundo atual e futuro).
Então, unindo o conhecimento científico com o conhecimento empírico chegaremos a esse novo paradigma proposto.
Devemos manter uma tênue relação entre todos os elementos do Universo, analisar “O Todo” como um grande contexto a ser abordado agora e nas gerações futuras.
As questões do mundo intuitivo passam a ser uma necessidade atual, enquanto as questões mensuráveis pela ciência passam a ser o “velho paradigma”. Mas, ambas devem estar em harmonia plena.
No seu livro, Fritjof Capra questiona o papel do Homem como detentor das ciências e deixa claro que tudo é passível de análise e que há várias formas de entendimento e interpretação e que nem todos entendem a mesma coisa sobre determinado assunto ou teoria.
Como formadores de opinião conscientes do papel exercido para a formação de novas gerações de pensadores devemos nutrir debates, questionar, indagar e analisar as teorias antes de aceita-las plenamente.
Também devemos saber que o que não conseguimos explicar é devido somente à falta de conhecimento que temos sobre aquele determinado assunto.
No modelo Cartesiano de educação, fragmentamos os conteúdos e fragmentamos o conhecimento.
Há, portanto, uma especialização dos saberes em detrimento do conhecimento como um todo.
O discente aprende de forma isolada sem conseguir gerar uma ramificação das relações, das causas e dos efeitos das matérias estudadas.
Deveríamos ser educados para estarmos preparados e em equilibro para, antes de aceitarmos opiniões impostas, buscarmos entendê-las no contexto em que foram criadas e citadas.
Esse, portanto seria nosso “Ponto de mutação”.
A evolução de nossa visão holística sobre os seres, as filosofias e as coisas.
Agir de forma passiva e sem atitude diante de impasses ideológicos, didáticos, políticos ou educacionais, também não é a solução para os problemas que nos circundam.
O modelo da “indiferença plena” deve ser descartado.
Todavia, a busca incessante do conhecimento holístico como embasamento entre todos os elementos que regem o Universo, torna-se imprescindível para formação das novas sociedades.
Também deveríamos estar aptos a explanar nossas idéias de forma coerente clara e enfática e não-fundamentalista, sendo flexíveis quando a situação exigir esse comportamento.
A busca constante do conhecimento, ampliando os limites cognitivos de quem aprende como aluno sedento por conhecimento e de educador, apto a facilitar os mecanismos de ensino-aprendizagem.
A nossa mutação evolutiva formará um novo Homem, num novo planeta auto-sustentável.
Deste modo, cria-se uma interação mútua geradora de benefício a todos, trazendo crescimento cognitivo causador de produtividade dentro do contexto escolar e acadêmico, consequentemente, entendendo-se ao contexto social e político.
Nenhum comentário:
Postar um comentário