quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

No tempo em que aceitávamos as delícias preparadas










I



Teu prazer me entendia, trazia-me paz

Na colheita anual de 73, perdemos a inocência, fez-se trégua

Éramos fortes, avançávamos em nome da existência fugaz

Degustávamos tintos secos com procedência

Amávamo-nos entre estranhos, sob o sol, entregamo-nos em essência



II



Como fidalgos, sentávamos à mesa com decência

Entreolhando-nos, aceitávamos as delícias preparadas

Tudo nela nos pertencia, as provávamos e sorríamos

Bebíamos o sangue, a carne fria e as iguarias, comíamos

Espalhávamos discursos que uma palavra esgotar-nos-ia

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