quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Outros eus profundos





I

Já dizia Pessoa:
“O poeta é um fingidor”
Mente e finge tamanha dor
Em palavra, verso desolador



II

Eu tento compor lamentos
Falo de agruras, dores
Sofrimentos
Mas não minto, incremento



III

Quem os ler senti-los-ão
Cada qual se presume, celebração
Inefável e incólume sensação
Pois, os versos aqui compostos



IV

Não confirmo, sabe-se lá
Com quem se identificarão os opostos
Os mitos por mim descritos
São nada e tudo, infinitos...


*Dedicado ao poeta lusitano Fernando Pessoa
(1888-1935, Lisboa)

2 comentários:

  1. O poeta é um doce fingidor.....isso é a mais pura verdade...pelo menos na maioria das vezes hahaha.

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  2. Sim, Pessoa está certo.

    Se não o fizesse, os poetas não seria nada além de homens banais, como os outros.

    Belas palavras :)

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