quarta-feira, 3 de junho de 2009

Texto final




O intuito dessa obra é de alguma forma, provocar o exercício de resgatar reminiscências ocultas ou fatos que se sucederam no período escolar e que carregamos conosco por toda a vida.
Mais ainda para aquelas crianças que hoje são os educadores, os formadores de opinião.
Pessoas que vivenciaram dezenas, centenas de situações engraçadas ou aflitivas, de exposição perante a classe ou ao colégio inteiro, o primeiro choro na escola, o primeiro contato direto com outros corpos cinéticos, as relações de amizade e confronto, os jogos acalorados, as pinturas, os desenhos com gizes coloridos no pátio, as admirações pelos objetos de outrem, as viagens de férias contadas no ano seguinte, o primeiro beijo, o segundo beijo, o terceiro...
Lembranças que causam desarranjos metabólicos em nossos corpos e nos trazem o doce prazer da nostalgia, por mais aflitiva, amorosa ou dolorosa que seja.
A infância perfeita torna-se lenda em nossa memória e parecemos seres abobalhados quando nos colocamos a narrar fatos que à nossa ótica só nós mesmos detemos o privilegio de narrar e fantasiar, fabular e historiar como o mais exímio contador de histórias.
O que me deixa inebriado é o fato de que mesmo nos colocando a narrar um acontecimento triste ou que na época causou muito descontentamento, hoje é visto como algo belo, singelo e único.
Dizer a todos:
- Isso aconteceu comigo. Ou:
- Aquilo aconteceu com meu amigo da terceira série lá pelos tempos idos...
Isso é fascinante e fascina qualquer pessoa que tenha sentimentos nobres para com a humanidade.
Enfim, todos somos seres nostálgicos.
Adoramos "aquela música" de determinada época, o futebol antigamente era "mais bonito", os políticos de antigamente eram "mais honestos", os carros tinham "requinte", as mulheres tinham "charme", os homens eram "cavalheiros", os ladrões tinham "classe" e até fumar nos filmes hollyodianos era "glamoroso".
O passado fica impregnado em nossa memória como um aroma indefectível para nosso olfato.
Penso muito em:
"O aluno que fui e o professor que sou".
De que maneira ou forma meus antigos professores me lapidaram para a profissão que escolhi?
O foi a profissão que me escolheu e hoje sou ferramenta única na mão de alunos que um dia serão futuros educadores?
Esses contos que apresento foram compilados com o intuito de resgatar a todos o direito de se lembrar.
Lembranças são heranças e ficam guardadas, dobradas limpas em gavetas de nossa mente armário.
É só abrir e pegar uma, prontinha para usar.
Deste modo começamos a exercitar essa nobre arte e descobrimos que uma lembrança nos remete a outra, um fato marcante surge diante de nossos olhares quando passamos por uma situação similar.
Visões de um passado bem vivido são como marcas em brasa e emanam diariamente em nossos pensamentos.
Por vezes, confundimo-os com devaneios.
Mas não são.
São verdades vividas, vivenciadas e passiveis de serem retratadas, bastamos usar o mecanismo de ação e iniciar os paralelos entre passado e presente para, deste modo estarmos em plena construção de um futuro coeso e ainda mais rico em situações, para que num outro futuro seqüencial possam ser outras reminiscências nunca esquecidas, todavia relembradas e utilizadas em proveito da humanidade.
Assim por diante, para sempre...

Profº Marcio R. de Medeiros, em algum lugar do passado.

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